Guia de Saída do Euro
por André Ribeiro
Anunciado em Outubro de 2011, o prémio Wolfson da Economia no valor de 250.000 libras, só é ultrapassado em dimensão pelo prémio Nobel e foi estabelecido para encontrar um processo suave de saída da moeda única. Em Julho de 2012 foi atribuído a Roger Bootle da Capital Economics, pelo seu plano detalhado.
Bootle e os colegas dizem que os politicos já deveriam estar a fazer os preparativos em segredo para a saída do euro. Os parceiros da eurozona devem ser avisados apenas três dias antes, para evitar fugas de informação.
Numa sexta à noite seria anunciado publicamente que esse país, por exemplo Portugal, iria sair do euro e a partir daí todas as contas bancárias, sejam depósitos ou pensões que estavam em euros passam a estar denominados na nova moeda.
Imediatamente após o comunicado, os bancos nacionais e os mercados financeiros devem ser fechados durante um breve período, sendo implementados controlos para evitar fugas de capital.
O plano sugere que a nova moeda, por exemplo o escudo, seja inicialmente introduzida em paridade com o euro. A taxa de conversão seria muito mais baixa, possivelmente a 1,5 ou mesmo dois face ao euro. Quando os bancos voltassem a abrir as portas e os multibancos a funcionar, as pessoas obtêm euros mas recebem-nos à taxa de câmbio do escudo face ao euro, pois agora o euro é tratado como moeda estrangeira.
As notas e moedas de euro mantêm-se em uso para pequenas transações durante um máximo de seis meses, até a nova moeda estar disponível para entrar em circulação. Isto é possivel porque a maioria das transações é digital e passa a ser feita em escudos.
Há vários países no mundo que funcionam com duas moedas e um sistema de dois preços. O país que sair do euro deve adoptar um objectivo de inflação e emitir obrigações ligadas à inflação e implementar novas medidas fiscais estritas, monitorizadas por peritos estrangeiros.
Vão surgir vários problemas, as dívidas portuguesas vão ser redenominadas em escudos e os credores estrangeiros vão querer ser pagos em euros reclamando que foi nessa moeda que assinaram os contratos, isto terá de ser resolvido a nível político e legal.
Numa fase inicial os preços devem disparar e os padrões de vida esmagados. Contudo caso o ajustamento corra bem e o país se torne mais competitivo, aumentando as exportações, alguns meses depois pode começar a recuperar.
Roger pensa que a Grécia pode sair da zona euro até ao final deste ano e que se seguirão rapidamente os outros países periféricos, Portugal, Itália, Irlanda e Espanha. Outros analistas têm vindo a defender que o primeiro a sair será um dos grandes países, Espanha ou Itália.
Ao contrário da catástrofe que alguns imaginam, a médio prazo este pode ser um cenário melhor do que aquele agora enfrentado, ao sair da zona euro, os países da periferia podem escapar-se da prisão gigantesca da dívida deflacionária em que se encontram e recuperar a competitividade. O risco é a hiperinflação, caso a política fiscal e monetária não sejam fortemente controladas.
A desvalorização das moedas de papel continua e como consequência é de antecipar preços muito mais elevados para o ouro e prata no próximo ano.
Este artigo está em fila de espera para publicação no maior jornal em Portugal desde Agosto de 2012, proposto ao maior Diário de Economia de Portugal, foi sugerido esperar até publicarem algo sobre esta matéria (…!?).
André Ribeiro, Bonsinvestimentos.com